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terça-feira, 6 de outubro de 2009

BAGÉ




Chuva eleva o nível dos arroios e inunda residências

Nos bairros, bueiros transbordaram

com o excesso d’água e invadiram algumas casas



Bagé acordou com uma temperatura de 25º graus. O vento e as nuvens carregadas eram o prenúncio do que a meteorologia já havia previsto: muita chuva. Entre as 7h e 8h, rajadas de 57,6 quilômetros por hora derrubaram árvores no quilômetro 611 da BR 153, onde o trânsito ficou interrompido por cerca de duas horas. O 8º Distrito de Meteorologia registrou o pico de 63 quilômetros por hora, às 10h.Às 13h40min, a cidade escureceu, o tempo fechou e a chuva caiu com mais força. As nuvens transformaram o dia em noite aproximadamente por uma hora e meia. Nas ruas os carros trafegavam com os faróis ligados, e a água escorria pelos bueiros, em alguns locais as bocas-de-lobo não davam vazão a quantidade excessiva. Às 16h10min, a estação de Tratamento de Água (Eta) do Daeb registrou 60 milímetros de chuva.O nível dos arroios que cortam a cidade subiu rapidamente e muitas residências construídas à margem dos córregos foram tomadas pela água. O arroio da Tábua estava com a água próxima de transbordar pela cabeceira da ponte que liga as rua Paulo Corrêa Lopes com a Tenente Coronel Pedroso. As casas da rua 20 de Setembro, com os fundos voltados para riacho tiveram os pátios invadidos pela água barrenta do Tábua.A casa de três peças da doméstica Eunice Terezinha Rodrigues, 49 anos, fica na parte mais baixa da margem do Tábua. A cozinha da residência foi alagada. A moradora não estava em casa no momento, e o genro, Luís Augusto Caldas, 27 anos, que mora no terreno ao lado, arrombou a casa para retirar a água e alguns móveis. “Grandão”, o cachorro vira-lata de Eunice foi retirado para não se afogar. O arroio levou a casinha do cão.No terreno onde moram Caldas e Ana Paula, 27 anos, filha de Eunice, fica em uma área mais alta. “Luís está tentando tirar a água da casa da mãe. A água está no degrau que separa a cozinha da sala”, contou. O nível do arroio continuou a subir e ocupou a sala e o quarto. Ana Paula preferiu sair de casa com os dois filhos de um e nove anos, pois a água ameaçava entrar na residência. A família refugiou-se na casa desocupada de um vizinho.Em junho, Eunice e Ana Paula foram personagens de uma reportagem especial do Jornal MINUANO sobre os “ribeirinhos” bajeenses. Na época, elas diziam-se felizes no lugar e queriam ter a situação dos terrenos regularizada. Ontem, o único sentimento era de deixar o local e salvar o máximo de pertences.No bairro Malafaia, zona Norte da cidade, os bueiros do cruzamento das ruas Getúlio Souza Pereira e Odilon Alvarez não suportaram o volume de água e transbordaram invadindo uma casa e alagando o pátio de residências próximas. Foi preciso que os moradores da casa nº 85 fizessem um buraco na parede para escorrer a água. O imóvel pertence a Tânia Maria Ferreira Aguiar, 55 anos. A filha da proprietária Gislaine Aguiar Meneses, 20 anos, afirmou o histórico de inundações do local.Dono de um bar na rua Getúlio Souza Pereira, o microempresário Darque Arrieira Mendonça, 62 anos, reclama da falta de saneamento no endereço. Segundo ele, a cada enxurrada o problema se repete. Mendonça conta que a prefeitura colocou tubulação nova há algum tempo, mas sem resultado efetivo. O pátio do estabelecimento estava tomado pela água.